sexta-feira, 18 de setembro de 2015

Formas simples e histórias de tradição oral



As formas simples estudadas por André Jolles, como referência entre os homens, na questão do conhecimento e da comunicação, fazem parte de um resgate das raízes dos povos, que guardam como pedra bruta o que tem de valioso em sua capacidade de expressão. E, por falar em pedra, essa foi a primeira da casa que o autor se propôs a construir no terreno da literatura, mudando seu significado.

Esse modo de expressão é o que faz separar as formas simples das formas cultas da narratividade. Por formas simples pode-se entender as criações coletivas de autoria desconhecida nascidas da natureza humana, assim como a poesia natural definida por Jacob Grimm, “que brota incessantemente de um impulso natural e é captado por uma faculdade inata”.

As formas simples, compreendidas como manifestações naturais do homem, dependem das disposições mentais sustentadas pela linguagem. Já as formas cultas são resultados de criações artísticas individuais, como o romance, a novela, com personagens, ambiente, espaço e tempo determinados por um autor identificado, responsável pela obra.


As formas cultas diferem das simples, por uma questão de origem, as primeiras são artificiais, criadas, ao passo que as segundas guardam para si a naturalidade. Sendo assim, as formas cultas podem ser derivadas das simples, quando um autor escreve uma obra literária com essência nas histórias de tradição oral, apenas revestindo-as com outros adornos.


Essa mudança do estado torna as obras literárias, por serem autorais, em forma culta, anulando ou neutralizando a presença da forma simples, dentro das suas definições. Lenda, conto, saga, tudo se resume em uma coisa só. As pessoas não distinguem as formas, apenas a estrutura da história, com começo, meio e fim.


André Jolles lança-se para entender as questões do mundo, buscando significados humanos e suas relações com as histórias de tradição oral.

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